Crianças de 2 a 6 anos
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Birra e teimosia
Os comportamentos para chamar a atenção
Os comportamentos infantis de birra e teimosia são considerados normais na faixa de idade entre um ano e meio e três anos. É um período em que a criança está afirmando sua personalidade. E por isso tem dificuldade, própria da idade, de aceitar frustrações e contrariedades. Passar por estas situações, e aprender a aceitar e superar as limitações inerentes à vida em sociedade, constitui um valioso aprendizado para a criança. E é papel obrigatório dos pais, através da educação infantil, proporcionar esta oportunidade de amadurecimento para a criança.
A birra normal caracteriza-se por atitudes de teimosia e negativismo. O grande problema é que as crises de teimosia e desobediência vêm acontecendo de forma cada vez mais intensa, em faixa de idade fora da que foi citada. Crianças cada vez mais novas, e também mais velhas, apresentam um comportamento que deixa os pais sem saber o que fazer ou como agir.
Nestes casos, a criança não se limita a manifestar contrariedade normal por não poder fazer tudo que quer. Ela chora até perder o fôlego, ficando roxinha e assustando todos os que estão em volta (às vezes até o médico). Ou então se joga no chão, gritando e esperneando. Outras batem a cabeça na parede, e há ainda aquelas que vomitam tudo o que comeram, causando um terrível corre-corre familiar.
Estas cenas de birra exacerbada costumam ocorrer especialmente em lugares públicos, o que aumenta o embaraço dos pais e dificuldade de lidar com a situação. E a criança rapidamente aprende que qualquer das alternativas anteriores é um evento dramático, que incomoda e provoca grandes reações nos adultos. E quanto maior for a reação, maior será a crise na próxima vez.
E como os pais devem agir nesta situação?
Por mais difícil que pareça, na medida do possível este tipo de comportamento deve ser ignorado, pois quanto mais atenção ela obtiver, mais vai fazer. Reações como brigar, bater, ou gritar só vão reforçar o comportamento indesejado.
Toda a paciência dos pais é colocada à prova nessa hora. Os adultos devem fingir que não estão vendo o que está acontecendo. Mas a prioridade é garantir a segurança da criança. Por exemplo, se ela vomitar, deve-se prestar atenção para que ela não se engasgue ou sufoque. Mas a atenção deve ser dada de forma discreta e neutra, limpando-a, sem falar nada, como se aquilo não tivesse a menor importância. Além disso, uma boa tática é tentar desviar a atenção para outra atividade permitida.
No caso da perda de fôlego, pode-se borrifar um pouco de água no rosto da criança, calmamente. Claro que este sintoma deve ser avaliado pelo pediatra, para se certificar de que não existe nenhum problema físico de saúde.
Quando a criança se acalma, os pais devem explicar porque aquela determinada situação era proibida. É muito importante que os adultos, todos, se mantenham firmes e coerentes nas decisões, nas ações e nas palavras. Sem voltar atrás, sob pena de se desmoralizarem e se desautorizarem perante a criança.
Se na hora da crise o adulto sentir que vai perder a calma ou se descontrolar, deve sair de perto e pedir para outra pessoa cuidar da situação, só voltando após se acalmar. Este gesto pode evitar grandes problemas e enormes arrependimentos…
Se a criança insistir na desobediência, outras atitudes podem ser tomadas, dependendo do local, da idade, da gravidade. Mas não se recomenda mais o castigo físico, como veremos adiante.
Agindo assim, a tendência é das crises irem diminuindo de intensidade e freqüência, até desaparecerem. Mas isto não ocorre rapidamente. Pode demorar um certo tempo, e com certeza no início ela vai tentar outras vezes. Mas quando perceber que o truque para chamar a atenção não funciona mais, vai deixar de fazê-lo. Sem audiência, não há atração que se mantenha “no ar”…
Entretanto, os pais devem estar atentos também para outra possibilidade. Às vezes o comportamento da criança pode significar algo além da birra normal ou exacerbada. A criança pode estar usando este recurso para chamar a atenção por alguma razão específica.
As crianças, mesmo as maiores, muitas vezes não conseguem expressar suas carências, dificuldades e necessidades. E a forma que encontram de pedir socorro é através das crises de birra, ou então de sintomas vagos como dores de cabeça ou de barriga.
Os pais devem considerar qualquer situação que possa estar causando sofrimento emocional para a criança. As mais comuns são ciúmes pelo nascimento de um irmão, luto pela perda de parentes ou até de animais de estimação, doença na família, desemprego, mudança de escola, e muitos outros. E também as dificuldades de relacionamento ou separação do casal, que pela sua freqüência e importância serão vistas em capítulo próprio.
Tudo deve ser feito com muita serenidade e amor, até os possíveis castigos. A criança aprenderá mais uma lição, a de que mesmo os momentos difíceis podem ser enfrentados com tranqüilidade.
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