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Crianças de 7 a 12 anos

As melhores dicas reunidas, desde a fase dos "porquês" até a pré-adolescência.

Sanções, sim ou não?

É bastante comum ouvir pais afirmando que seus filhos só obedecem quando “lhes sapecam umas boas palmadas”. Afirmam que as ideias que defendo não funcionam no caso deles; que só batendo nos filhos é que conseguem dar limites. Sem entrar no mérito da questão: “palmadas são boas para quem?”, lembro que a desobediência, rebeldia e teimosia quando muito frequentes costumam estar ligadas, na maior parte das vezes, à falta de segurança e de diretrizes educacionais dos pais.

Pais que não têm clareza dos seus objetivos ao educar, a não ser talvez que os filhos “não os incomodem muito”, costumam estabelecer regras segundo seu estado de espírito no dia. Por isso mesmo, em geral, emitem ordens sem convicção e as repetem inúmeras vezes. Agem pouco e falam muito. E o pior: costumam ter atitudes que contradizem as idéias que defendem.

Não é de estranhar, portanto, que diante de um ambiente confuso, os filhos não sintam que as regras e ordens dadas são, de fato, para serem cumpridas. E, por isso, se tornam renitentes e desafiadores.

E assim vão levando a vida até que a situação começa a incomodar muito. Quer dizer: quando todos estão à beira de um ataque de nervos, esses pais lançam mão da famosa “palmada”, a qual nem que seja pelo susto ou medo que causam, acabam tendo um resultado, digamos, “aparentemente mais eficiente e imediato” em relação à desobediência.

A partir do momento em que os pais percebem suas incongruências e mudam de atitude e desde que a mudança persista, também os filhos começam a mudar positivamente. É preciso ter consciência, porém, que quando as relações já estão contaminadas pela incoerência, insegurança e inconstância, a reversão do processo pode ser bem lenta, proporcional talvez ao período em que a falta de limites e a incoerência predominou. Ainda assim, se persistirem, as chances de sucesso no restabelecimento da autoridade e da harmonia familiar são bem altas. Se, ao contrário, a cada pequena derrota (quer dizer, cada vez que os filhos insistirem, tiverem um chilique ou desafiarem os pais) eles voltarem ao sistema antigo (falta de autoridade e castigo físico), aí sim, o processo pode desafinar de vez.

Se os pais já se valeram das explicações mais racionais e embasadas, mas os filhos insistem em não aceitar e seguir regras sociais mínimas de convivência saudável, a sanção – não a agressão física – é um instrumento válido de socialização.  Mas para funcionar como queremos (buscando formar o cidadão) é necessário que se sigam algumas premissas básicas:

  • deve ser aplicada logo que se percebe que as demais alternativas não surtiram efeito (diálogo, tentativas de convencimento etc.) – nunca dias ou horas depois;
  • deve ser aplicada com segurança, mas deixando transparecer também certo pesar. É positivo ficar claro que puni-los é penoso, mas pais o fazem sempre que outras formas de entendimento não trouxeram as respostas desejadas;
  • a sanção deve ser de rápida consecução e de duração curta. As longas induzem a que se esqueça o motivo que as gerou, eliminando seu efeito educativo;
  • uma vez estabelecida, a sanção deve ser aplicada e cumprida – ainda que o filho peça desculpas ou admita o erro. Perdoar a atitude incorreta do filho que demonstra que não pretende tornar a cometê-la é benéfico. Quando, porém, se releva porque o filho chorou, beijou, gemeu e seduziu com jeitinho, somente para evitar cumprir a sanção, é extremamente contraproducente;
  • se o cumprimento da sanção é liberado por pena, ansiedade pessoal ou por falsas promessas dos filhos, os pais podem ter certeza de que cada nova sanção gerará novas e mais fortes resistências;
  • se perceber que errou ao julgar e sancionar, volte atrás com toda franqueza, explicando que percebeu o engano; deixe claro, porém, que ser justo não tem nada a ver com ser fraco. É produtivo a criança saber que adulto também erra e que não teme voltar atrás – o que é bem diferente de ser indeciso;
  • se os pais divergem com relação à necessidade de aplicar uma sanção adiem. Em seguida conversem e cheguem a uma posição uniforme. Nada pior que um aplicar sanção e o outro retirar. Isto só provoca insegurança nos filhos, desautorizando completamente aquele que castigou.

E, finalmente, vale lembrar que, em alguns casos, ajuda profissional pode ser necessário – caso os pais não consigam mudar de atitude ou as coisas já estejam num nível importante de agressões, físicas e/ou psicológicas, tornando impossível uma convivência saudável.

Tânia Zagury
Escritora, Professora e Educadora

 

 
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