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Crianças de 2 a 6 anos

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A punição – castigo ou palmadas? – parte I

Como seria bom se pudéssemos educar as crianças somente com experiências positivas! Apenas com palavras de amor e carinho! Na pior das hipóteses, com alguns nãos ou com gestos de desaprovação.

 Infelizmente, isto não é possível. Durante o processo de educação infantil, será necessário algumas vezes determinar e fazer cumprir punições, por faltas cometidas pelas crianças. Esta é mais uma função primordial dos pais, da qual eles não podem abrir mão. E justamente uma das quais os pais de hoje têm mais dificuldades em assumir.

 É inerente à natureza humana. Como alguém já disse, o ser humano só se move por interesse ou por medo.

 A punição às atitudes erradas é tão essencial quanto o reforço positivo às boas atitudes. É preciso mostrar à criança que ela não pode fazer tudo o que quer, algo fundamental na vida de todos. A convivência em sociedade depende do respeito às regras estabelecidas, e a criança precisa aprender isto desde pequena.

 Sem dúvida alguma é neste ponto que muitos pais de hoje estão errando. Medo de desagradar aos filhos, sentimento de culpa por trabalharem muito e terem pouco tempo para as crianças, são algumas das razões alegadas para não cumprirem esta tarefa educativa primordial. E o resultado esta aí, diariamente nas ruas e nos jornais. Jovens delinqüentes que ignoram totalmente as regras sociais, e muitas vezes se voltam contra os próprios pais.

É claro que são muitos os fatores que devem ser levados em conta na hora de estabelecer uma punição, em especial a idade da criança e gravidade da falta. Embora a educação deva começar ainda na vida fetal, como dissemos, os bebês nos primeiros meses de vida não têm capacidade para entender a relação entre uma falta cometida e a punição decorrente dela. Esta consciência só vai se desenvolver melhor a partir de um ano de idade. Mas já são capazes de sentir um tom de voz mais bravo, ou uma mudança no semblante dos pais quando fazem algo que não deveriam.

Sempre se deve assegurar que a criança entendeu o que fez de errado e porque está sendo punida. O castigo deve ser aplicado imediatamente após a falta, para que a criança possa relacionar os dois fatos como causa e efeito. A noção de tempo das crianças é diferente e elas esquecem rápido. A duração ou gravidade da punição devem ser proporcionais à falta cometida.

Para certos comportamentos, o castigo pode não ser a melhor opção. Por exemplo, quando crianças pequenas, abaixo de dois anos falam palavrões (com quem e onde será que ela aprendeu?), às vezes o melhor é ignorar, para não reforçar o ato indesejado. Entretanto, se a criança já é maiorzinha e persistir nesta falta, uma punição será necessária.

Mas se a falta é mais grave, como quebrar algo propositadamente, bater em outras pessoas ou colocar-se em situações perigosas, não há como ignorar o fato. Deve ser aplicado um castigo propriamente dito, escolhendo-se entre várias alternativas, sempre considerando a idade da criança e a gravidade da falta.

Para as crianças menores, abaixo de três anos, o melhor é retirá-la do local, explicando o que ela está fazendo de errado.  Com voz firme e séria, sem se alterar ou gritar, mas também sem sorrir, pois às vezes, no fundo, alguns pais acham uma gracinha aquela malcriação.

Para faltas mais sérias ou crianças maiores, a punição seguinte na escala é colocá-la de castigo durante alguns minutos, no próprio quarto. Deixá-la sentada em local tranqüilo e monótono, com televisão, computador e som desligados. Explicar a ela o motivo da punição, e que ela vai ficar ali por um pouco de tempo, para pensar no que fez e nas conseqüências disso. Mas nada de quarto escuro, porta trancada, gritos ou alterações. Manter a calma, a serenidade e o afeto no trato com a criança são atitudes muito importantes.

Ruy do Amaral Pupo Filho
Pediatra, Sanitarista e Escritor

 
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