Gestantes
Esta seção vai ajudar as gestantes a entenderem melhor o milagre da gravidez
Por que sentimos tanta fome durante a gravidez?
“Comer por dois”……Esta expressão é bastante antiga e ainda muito usada e seguida por muitas gestantes.
No entanto, o risco que a gestante corre ao seguir este “lema” é altíssimo, pois, o excesso de peso durante a gestação pode levar à diabetes, hipertensão e chegar até pré-eclâmpsia, colocando em risco não somente a mãe, mas também o bebê.
Mas porque as mulheres sentem tanta fome durante a gravidez?
O gasto calórico necessário para se levar uma gestação até o fim é de aproximadamente 80.000 calorias. Isso é necessário para suprir o crescimento e desenvolvimento fetal, aumento de útero, mamas, estoques de gordura e aumento dos sistemas cardiovascular, respiratório e urinário. Para isso, então a gestante necessita de maior consumo alimentar.
As alterações endócrinas que ocorrem durante a gravidez levam a mudanças no centro da fome localizado no cérebro fazendo com que a gestante tenha mais vontade de comer.
O gasto calórico diário é de aproximadamente 300 calorias, um pouco maior no início da gestação para promover um certo estoque de gordura e menor no final da gestação.
Esta necessidade pode ser suprida aumentando-se a ingestão alimentar ou diminuição do gasto energético. Ambos ocorrem comumente durante a gestação, pois as alterações hormonais também provocam sonolência e uma certa sensação de “moleza”.
Mas e as necessidades nutricionais?
Parece que o mais importante para a gestante é o ganho de peso total, que deve estar em torno de 10 a 12 quilos.
Normalmente, quanto maior o peso da gestante menor deve seu ganho de peso. Podemos determinar o ganho de peso de acordo com o índice de massa corporal (IMC) que é a razão do ganho de peso e estatura ao quadrado. Assim temos:
Baixo peso – IMC < 19,8: ganhar de 12,5 a 18 Kg;
Normal – IMC entre 19,8 e 26: ganhar de 11,5 a 16 Kg;
Sobrepeso – IMC entre 26 e 29: ganhar de 7 a 11,5 Kg;
Obesas – IMC > 29: ganhar menos de 7Kg
No entanto, tudo isso deve ser supervisionado pelo obstetra e exames de ultra-sonografia para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento fetal.
O excesso de ganho de peso durante a gestação parece ser o maior desencadeador de obesidade em mulheres, podendo levar a depressão pós-parto e problemas com a auto-estima e a auto-imagem.
O maior problema na dieta alimentar durante a gravidez é a qualidade dos alimentos ingeridos. As 300 calorias a mais por dia necessárias são facilmente conseguidas quando se come alimentos
altamente calóricos como pães, doces e alimentos fritos.
A gestante necessita combinar verduras, frutas e carnes magras cozidas, assadas ou grelhadas.
As necessidades de proteínas, carboidratos, gorduras e vitaminas são praticamente as mesmas de uma mulher não gestante, com dieta equilibrada, é claro.
A combinação de uma dieta alimentar com um programa de exercícios específicos durante a gestação, parece ser a receita certa para que a gestante se beneficie, ganhando peso adequadamente, e mantendo
os aspectos da aptidão física, tão prejudicados quando a mulher nesta fase da vida diminui ainda mais seu nível de atividade física.
Porém, não é qualquer exercício que a gestante pode realizar, estes devem ser realizados com uma intensidade moderada, podendo ser aeróbicos, alongamentos, exercícios de força, desde que bem dosados e adaptados para a nova realidade do corpo da mulher.
Outro aspecto que não devemos esquecer é a ingestão de líquidos, pois a mulher gestante necessita manter sua temperatura adequada, e realizar exercícios sem beber água não é indicação para ninguém, muita menos para a gestante, podendo provocar danos ao feto.
Por isso, a formação do profissional para atender este grupo tão especial, deve ser de altíssima qualidade, pois é preciso conhecer com profundidade as alterações hormonais, metabólicas, cardiorrespiratórias e músculo-esqueléticas, para poder então adaptar um programa de exercícios para a gestante.
Drª Valéria Almeida
Professora de Educação Física
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