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Crianças de 2 a 6 anos

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A retirada das fraldas – parte I

Sair das fraldas, controlando a emissão de urina e fezes, é conseguir aquilo que chamamos na medicina de “controle de esfíncteres”. Ou seja, controle voluntário das “torneirinhas” naturais de nosso corpo.

Ao nascer o bebê não possui nenhum controle sobre os esfíncteres. Ele urina e evacua involuntariamente e o controle voluntário somente virá com o tempo. Isto explica o ditado popular que diz que “do bumbum dos bebês, de dentro das urnas e de certas cabeças, ninguém sabe o que vai sair…!”

E com que idade a criança adquire esse controle? Bem, como em todos os aspectos relacionados ao amadurecimento neurológico existe uma grande variação individual. A criança vai progressivamente adquirindo capacidades e habilidades, através de um fenômeno de amadurecimento, próprio dos organismos jovens, chamado desenvolvimento neuro-psico-motor. Embora existam etapas bem definidas nesse processo, as diferenças podem ser grandes de uma criança para outra.

A pergunta freqüente dos pais é: “quando e como devo começar a treinar meu filho para tirar as fraldas?” De modo geral, o controle esfincteriano se inicia por volta de dezoito meses de idade. Para saber a hora certa, a dica é esperar que a criança comece a avisar ou a indicar de alguma forma, que evacuou. Não é preciso ter pressa! O treinamento feito antes da hora pode trazer conseqüências muito desagradáveis para a criança e seu desenvolvimento.

Também é muito importante que este treinamento seja feito de forma natural, sem ansiedade, mantendo um ambiente tranqüilo e um relacionamento amoroso com a criança.

Quando ela já avisa que evacuou, então é hora de começar, primeiramente com o treinamento para controle das fezes. O ideal é usar um piniquinho ou então o vaso sanitário, mas com tampa apropriada para crianças. Após as refeições um reflexo produz uma tendência natural para evacuar. Deve-se aproveitar e colocar a criança no piniquinho (ou vaso) umas três vezes ao dia, cerca de vinte minutos após as principais refeições. De preferência em um horário em que a criança já evacua habitualmente.

O tempo de permanência no banheiro deve ser de no máximo uns dez ou quinze minutos. Durante esse período ela deve receber atenção do adulto e estímulo para evacuar, explicando-se a ela o que se deseja e pedindo-lhe ocasionalmente que faça força. Um pouco de massagem no abdômen pode ajudar. Vale conversar, contar historinha… Se nos primeiros dias ela não conseguir, não é motivo para desanimar, pois o controle virá com o tempo.

É importante saber que a primeira habilidade que a criança adquire neste treinamento é a de “segurar” a torneirinha fechada. Só depois ela aprenderá a abri-la voluntariamente. Isto significa que no princípio a criança poderá evacuar logo após ser retirada do banheiro, pois estava voluntariamente (e às vezes até com algum esforço) segurando as fezes. Assim que sai, ela relaxa e evacua. Nesta hora a criança pensa que vai ser elogiada, por ter controlado o esfíncter fechado por alguns minutos, mas acaba levando uma bronca, e fica sem entender nada…
Lembre-se sempre de elogiar os seus sucessos, mesmo que tenha sido apenas o de conseguir ficar sentada durante alguns minutos. Quando ela conseguir finalmente evacuar, deve-se manter o horário e a rotina diariamente, para que o hábito seja fixado.

Ruy do Amaral Pupo Filho
Pediatra, Sanitarista e Escritor

 
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