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Crianças Especiais

Abasteça-se com informações para compreender as necessidades e cuidados com crianças especiais.

Entrevista com o pediatra no Pré-Natal II – Crianças Especiais

Na entrevista com o pediatra no pré-natal, o assunto deve ser abordado.

Existe ainda um ponto delicado, sobre o qual paira um pacto de silêncio. Nem o obstetra, nem o pediatra e muito menos os pais gostam de falar sobre este assunto. Refiro-me a possibilidade de que o bebê em gestação tenha algum tipo de malformação. Este risco é estimado em cerca de 1 a 3%. Isto significa que de cada 100 gestações de 1 a 3 crianças poderão ter algum tipo de malformação. Podem ser simples, como um  dedinho a mais, que é retirado ainda no berçário. Ou mais complexas, como ausência de membros, ou um lábio e palato fendidos. Ou ainda uma síndrome de Down.

 Em minha opinião isto deve ser comentado para permitir que os pais façam uma reflexão, tentando se colocar nestas situações. Isto é muito útil nos casos em que estes diagnósticos são feitos após o nascimento, causando grande choque naqueles que jamais  imaginaram esta possibilidade.

E diferente quando o casal  tem diagnosticada ainda durante a gestação uma malformação grave ou uma síndrome em seu bebê. A legislação atual só permite o abortamento em casos de gravidez resultante de estupro ou que traga risco para a saúde materna. Mas esta possibilidade é quase sempre colocada ao alcance dos pais, que acabam decidindo de acordo com  suas consciências e convicções pessoais. Também é verdade que em alguns estados do Brasil, juizes tem dado liminares autorizando o aborto de fetos com malformações graves, incompatíveis com a vida, como a anencefalia (ausência de cérebro) e outras.

No meu entendimento, esta é uma questão de foro íntimo do casal. A eles cabe a responsabilidade da decisão. O médico deve prestar todos os esclarecimentos para orientação dos pais,  já que toda decisão necessita de informação para ser tomada. E nestes casos, a informação mais completa e atualizada as vezes tem de ser buscada em outras fontes, como por exemplo as associações que reúnem pais que têm filhos com a mesma característica.

O melhor exemplo talvez seja o das crianças com a síndrome de Down, cujos pais, reunidos em associações em todo o país, possuem informações importantes e atualizadas, dando conta da nova realidade destas crianças. O papel desta entidades  na prestação destes esclarecimentos é  insubstituível, e são um importante recurso ao qual o pediatra deve recorrer nestes casos.

 Também são inegáveis os avanços recentes da medicina fetal, disponíveis nos grandes centros do país. Em algumas situações é possível fazer até mesmo cirurgias intra-útero para a correção de determinados problemas cardíacos, urinários e outros.

Ruy do Amaral Pupo Filho
Pediatra, Sanitarista e Escritor

 
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